1º de julho de 2013
Rafael Viana da Silva*, Bruno Lima Rocha**, Felipe Corrêa***
Nos final dos anos 40, numa conjuntura que, guardadas às proporções, traz similitudes com nosso atual momento, o anarquista Pedro Catalo reclamava nas páginas do periódico Ação Direta que, na Praça do Patriarca em São Paulo, onde o povo ia às ruas debater a situação política do país, “quando os oradores que sobem são anarquistas, a gritaria toma proporções atordoantes”. Segundo Catalo, “organizaram uma brigada de desordeiros, encarregados de gritar, assobiar, insultar e apostrofar todos os quantos em sua arengas, não observem os ditames absurdos da linha justa Prestiana.” (CATALLO, Pedro. Infâmia Bolchevista. Ação Direta, Rio de Janeiro, 30/11/1946, nº 26, p. 01) Catalo expunha, assim, uma atitude que pode ser considerada como contrária à democracia direta defendida pelos anarquistas nos espaços públicos. A claque era o supra-sumo do stalinismo brasileiro, encabeçado por um partido cujos líderes eram, em sua maioria, ex-militares tenentistas.