domingo, 28 de dezembro de 2014

Não ao aumento! Não à tarifa!



Mobilidade urbana e Tarifa Zero.

Precisamos articular uma luta prolongada, de base, militante, no centro e nas periferias da região metropolitana. Integrar as lutas dos ônibus com cartão Bhtrans (capital) e com cartão Ótimo (região metropolitana), para conseguirmos pressionar de fato os capitães da oligarquia do "transporte público".

O "bixo tem que pegar", e o "bixo não pega" se o povo não estiver mobilizado.

ps.: Não devemos nos esquecer que só neste ano de 2014 a tarifa de BH aumentou duas vezes, passando de R$2,65 para R$3,10. Ou seja, absurdos R$0,45 centavos. Se não nos mobilizarmos permanentemente, grandes mobilizações como as Jornadas de Junho de 2013, no que diz respeito à conquista da pauta da tarifa, são perdidas em questão de meses. Não bastam grandes manifestações espontâneas aqui e ali. Devemos nos organizar pela base e fazer um trabalho duradouro e determinado.

Segue matéria do Hoje em Dia relatando o segundo aumento da tarifa de 2014:
"Após o anúncio nessa sexta-feira (26) do aumento de tarifas para táxis e ônibus intermunicipais da Região Metropolitana de Belo Horizonte em 12,78%, agora é a vez dos moradores da capital que dependem do transporte coletivo prepararem o bolso. A partir de segunda-feira (29), as tarifas já estarão mais altas. A prefeitura anunciou reajuste médio de 8,49% nas passagens dos ônibus e dos táxis-lotação.
Na capital, o preço de 80% das linhas passará dos atuais R$ 2,85 para R$ 3,10, mesmo valor para a integração com o metrô. As passagens para os demais coletivos vão variar de R$ 0,70, no caso das linhas que atendem vilas e favelas, até R$ 5,80, preço que passará a ser cobrado na linha executiva que liga a Savassi à Cidade Administrativa, sede do Executivo estadual.
Segundo a BHTrans, empresa que gerencia o trânsito e o transporte coletivo da capital, o aumento é necessário para cobrir o aumento de custos do sistema, principalmente com mão de obra e óleo diesel. No anúncio do aumento a prefeitura alegou que o reajuste nos últimos cinco anos ficou abaixo da inflação acumulada no período.
A Secretaria de Estado de Transporte e Obras Públicas (Setop) usou justificativa semelhante para definir o aumento nas 745 linhas que atendem os 34 municípios da região metropolitana da capital e transportam uma média diária de 823 mil pessoas.
Segundo a Setop, o reajuste inclui o aumento de 8,65% nos custos e outros porcentuais como os relativos ao aumento salarial dos rodoviários e à modernização da frota. Com o aumento, os preços das passagens vão variar entre R$ 2,60 a R$ 36,05. Os táxis metropolitanos terão reajuste de 8,21%."

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

[FAG] Memória, Verdade e Justiça | 50 do Golpe Civil-Militar, 46 anos do AI-5

Foto: Reunião do Conselho de Segurança Nacional que aprovou o AI-5

Para os(as) que tombaram lutando… Nem um dia sem memória!…
Para os torturadores e mandantes… Nem um minuto de sossego!
Não esquecemos e nem perdoamos!

O ano de 1968 foi um dos mais agitados e combativos da década de 1960 no Brasil e no mundo. Protestos, passeatas, greves, mobilizações, manifestações, etc. tomavam as ruas das grandes cidades brasileiras levando grandes massas da população para protestar nas Boulevard tupiniquins. De forma distinta dos europeus, os latino-americanos situados no Brasil denunciavam as prisões, seqüestros, desaparições, torturas e mortes que se acumulavam após o golpe de Estado civil-militar de 1º de abril de 1964.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

[FARJ] Nota de repúdio às perseguições políticas no Rio de Janeiro


A Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ) organização integrante da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) vem repudiar as recentes prisões e mandados de prisão contra vários ativistas cariocas.

A criminalização de militantes, organizações e movimentos sociais só mostra cada vez mais que a luta popular é tratada pelos poderes instituídos como caso de polícia. Não é coincidência, que tal procedimento de perseguição, se dê, justamente perto de um novo anúncio de aumento das tarifas dos transportes públicos no Rio de Janeiro!

A resposta das organizações políticas, movimentos e militantes deve ser dada com organização e luta! Não aceitaremos a perseguição do Estado e continuaremos a nos organizar, nas bases e nas ruas!

Protestar não é crime!
Liberdade para Igor Mendes!
Liberdade para Rafael Braga!
Liberdade para todos os lutadores e lutadoras presos e perseguidos/as!!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Declaração do V Encontro do Norte e Nordeste das Organizações Anarquistas Especifistas – 2014

Retirado de: http://www.resistencialibertaria.org/index.php?view=article&id=140

DECLARAÇÃO DO V ENCONTRO DO NORTE E NORDESTE DAS ORGANIZAÇÕES ANARQUISTAS ESPECIFISTAS – 2014

“[...] A revolução universal é a revolução social, é a revolução simultânea do povo dos campos e das cidades
Mikhail Bakunin

Reunidos nos dias 28, 29 e 30 de Novembro de 2014, em Maceió, o V Encontro do Norte e Nordeste das Organizações Anarquistas Especifistas cravaram de forma solida e madura um espaço permanente e fértil para os debates políticos, acúmulos organizativos, fomento da luta, solidariedade e trocas de experiências.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Entrevista com um comunista libertário ucraniano: “Os anarquistas se tornaram o maior obstáculo à anarquia”

O principal problema do movimento anarquista é a ausência de uma organização anarquista. Os anarquistas têm estado incapazes de usar a situação porque estão presos às ilusões anti-organizacionistas. 
A organização é uma incubadora, uma escola, uma sociedade de apoio mútuo e uma plataforma produtiva para idéias e projetos; mas o mais importante, ela é um instrumento para a realização das idéias, um instrumento de influência e um instrumento de luta. Ela não pode ser substituída por grupos de afinidade.

Retirado de: https://anarquismorj.wordpress.com/2014/12/03/entrevista-com-um-comunista-libertario-ucraniano-os-anarquistas-se-tornaram-o-maior-obstaculo-a-anarquia/

terça-feira, 25 de novembro de 2014

[fAu] Con los 43 estudiantes que nos faltan. Siempre contra la impunidad

Retirado de: http://federacionanarquistauruguaya.com.uy/2014/11/21/con-los-43-estudiantes-que-nos-faltan-siempre-contra-la-impunidad/


Nuevas marcas, más tenebrosas historias de impunidad continúa sufriendo nuestra América Latina. Impunidad de los poderosos de nuestros suelos. Con asistencia, obsecuencia, y consecuencia, con participación arreglada y entramada en su terrorismo de estado. Su facial violenta, rancia e intolerante; sus estrategias y formas para dominar y someter las rebeldías y rebeliones de los de abajo.

Allí en Iguala y Ayotzinapa, en el estado de Guerrero, Méjico

Sin mayores correlatos los artículos periodísticos de análisis y opinión internacional que refieren a América Latina están dedicando su trabajo a la masacre del estado de Guerrero, y a las movilizaciones que ya en todo el mundo se están produciendo. El eje es la impunidad que opera tan evidentemente con el Estado en medio de una tormenta de acusaciones, por entramar un gran arreglo con fuerzas paramilitares del narcotráfico (en este caso Guerreros Unidos), con la policía y más organismos represivos que viene cobrando muertes y desapariciones desde ya décadas.

sábado, 22 de novembro de 2014

[FAG] 19 anos da FAG – NÃO TÁ MORTO QUEM PELEIA!!!



Há 19 anos um grupo de companheiros/as escolheu fazer parte da construção de um projeto político de cores rubro negra, em que a defesa das liberdades coletivas fosse condição essencial para a forja de um socialismo sem privilégios e dominações de qualquer tipo. Um projeto que, não sendo novo, se colocava como um imenso desafio para aquela geração de jovens que, órfãos de referências diretas em nosso país, buscava referências nos muitos anos de luta e experiência de organização sindical e popular dos irmãos da banda oriental organizados na fAu (federação Anarquista uruguaia).

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

[LAAF] Faleceu Robson Achiamé: pesar e homenagem


É com pesar que recebemos a notícia do falecimento de Robson Achiamé neste domingo 09/11/2014, editor fundador da Editora Achiamé, no Rio de Janeiro. Achiamé morre no mesmo dia em que ocorria a 5ª Feira Anarquista de São Paulo, que contou com a disposição e inúmeras publicações de sua editora. Achiamé contribuiu de forma expressiva para o anarquismo no Brasil, editando e publicando diversos livros desde os anos 70, ainda durante a ditadura militar, na dura missão, com outras e outros companheiras/os de mesma época, de manter vivo o anarquismo no país em tempos de recuo e re-ascensão.

A LAAF lamenta seu falecimento e presta a humilde, sincera e devida homenagem a este grande nome do anarquismo brasileiro, que, por seu trabalho, nos permitiu o acesso a publicações de temas diversos dentro do anarquismo, ao estudo e ao aprofundamento teórico, incluindo títulos que temos à venda.

Achiamé vive!
Viva o Anarquismo!

Livraria Anarquista Avelino Fóscolo

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

[LAAF] Renovando o estoque para 2015!

Retirado de: http://livraria.coletivocompa.org/2014/11/laaf-renovando-o-estoque-para-2015.html

Compas! Novas publicações chegam para renovar a Livraria Anarquista Avelino Fóscolo para o ano de 2015!

Confira abaixo alguns dos títulos recém-chegados para venda. Em breve publicaremos mais fotos de outros títulos que também estão no estoque.

Contato: compabh[arroba]riseup.netwww.facebook.com/ColetivoCOMPA ou por comentários aqui no blog (menos indicado).







sábado, 1 de novembro de 2014

Solidariedade ao povo mexicano na luta pel@s 43 estudantes sumid@s em 26 de setembro



Há mais de um mês estão desaparecid@s 43 estudantes de uma Escola Normal Rural, situada na cidade de Ayotzinapa, por parte de uma ação conjunta entre a Polícia mexicana e um cartel de drogas da região. O ataque das forças policiais e do cartel foi realizado em 26 de setembro, após uma atividade de estudantes que tinha como objetivo levantar recursos para a participação das manifestações na capital do país, Cidade do México, em memória ao aniversário do Massacre de Tlatelolco (quando, em 1968, foram assassinados quase 300 estudantes pela polícia após protestos populares)¹. Desde então, @s estudantes estão sumid@s e o governo mexicano tem sido pouco claro e conclusivo em suas declarações a respeito do sumiço e do que realmente ocorreu.

As escolas normais nasceram como fruto da Revolução Mexicana de 1914-1919. A partir dos anos 1920, a educação mexicana assumiu um caráter socialista/libertário que proporcionou nos anos seguintes aos 30, apesar de sua institucionalização nas décadas seguintes, grande participação popular envolvendo pais, alunos, professores e interessados na construção de um modelo educacional que proporcionasse a unificação da educação e da comunidade. Agregando aos métodos educacionais a tradição indígena que enraíza a cultura local, os conselhos de anciãos, de terras comunais e de autogoverno, as escolas normais potencializavam a luta local contra a dominação de reformas neoliberais do estado mexicano. Apesar de diversas tentativas de desarticulação das escolas normais, das 29 unidades da rede, 13 ainda sobrevivem de maneira horizontal e autogerida, dando continuidade às suas propostas originais, sendo a escola Normal Rural Raúl Isidro Burgos, em Ayotzinapa no estado de Guerrero, uma destas experiências; especificamente, onde se formavam os 43 estudantes sumidos pelo estado mexicano.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

[CALC] Quatro anos do Coletivo Anarquista Luta de Classe! Nenhum passo atrás! Firmes na organização por uma Sociedade Socialista Libertária!

Retirado de: http://anarquismopr.org/2014/10/31/quatro-anos-do-coletivo-anarquista-luta-de-classe-nenhum-passo-atras-firmes-na-organizacao-por-uma-sociedade-socialista-libertaria/

Há exatos quatro anos atrás, 31 de outubro de 2010, o Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC) se apresenta publicamente por meio de seu documento de lançamento: Carta de Apresentação do CALC.
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O CALC, mesmo em pouco tempo história até agora, busca formar um espaço de militância e organização para os anarquistas do Paraná com o objetivo de inseri-los de forma organizada nas lutas que acontecem no nosso estado. Desde sua fundação, o CALC é formado por militantes engajados na luta comunitária e estudantil.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

[CAB] Nota de repúdio à difamação política




A Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) vem a público emitir uma nota de repúdio às difamações que vem sofrendo durante este período eleitoral por parte de determinados setores e, recentemente, de um coletivo de mídia alternativa. Estes vêm insinuando de maneira covarde ou afirmando categoricamente que membros da nossa corrente (especifista) vêm apoiando o voto crítico no governo Dilma, com o claro intuito de atacar nossa Coordenação.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

[FAG] Lutar e vencer fora das urnas – Opinião Anarquista sobre o 2º turno das eleições

“ Não temos nada a oferecer, hoje, àqueles e àquelas que pensam as eleições burguesas como um meio mais fácil, rápido e eficaz de resolução dos nossos problemas enquanto povo. O que temos a oferecer é um espaço de organização, um projeto coletivo a se construir no cotidiano das lutas por melhores condições de vida e um horizonte Socialista e Libertário. Não estamos falando de algo para um amanhã que nunca chega e sim da forja diária de valores combativos, de lutas por conquistas parciais no marco de conquistas estratégicas, de acúmulo de forças e de experiências coletivas que não são perdidas tão facilmente na troca de governos de turno.

Outubro de 2014

Os resultados parciais das eleições para o governo federal em 1° turno repetem a polarização entre o PT e o PSDB dos últimos 20 anos. Votos brancos, nulos e abstenções chegaram perto de alcançar 30% dos eleitores. O congresso nacional teve pouca renovação e posições conservadoras lograram um avanço. Ao que tudo indica o governo Dilma terá no próximo dia 25 de outubro uma disputa apertada com o candidato Aécio Neves.


Em nosso Ato Público de 20 de setembro reafirmamos que a via eleitoral é bloqueada pelos poderes econômicos, pelos mecanismos conservadores do Estado e pelos oligopólios da mídia para fazer mudanças que atinjam as estruturas do poder dominante. Trocando em miúdos, quem faz carreira e se habilita a governar com o sistema, pelo sistema é governado. O espaço de manobras da política dentro das instituições e as relações de poder que a fazem funcionar é marginal e controlado para que nada saia da ordem de coisas estabelecida.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

[FARJ] Solidariedade à resistência popular e feminina Curda


A guerra civil na Síria trouxe novos elementos para a conjuntura da região curda. Inspirados em diversas tradições populares de resistência, um setor significativo dos curdos participa de uma experiência que deve ser olhada com atenção por todos os setores revolucionários.

Os curdos tem uma história longa de revoltas contra a opressão realizada por diversos Estados-nação. O chamado Curdistão não é um Estado nacional, mas uma território (“terra dos curdos”) que abrange partes do Iraque, Síria, Irã, Armênia e Arzeibajão, onde vivem aproximadamente 26 milhões de pessoas. A guerra civil na Síria propiciou a emergência do grupo de extrema-direita Estado Islâmico (ISIS) que pretende construir inicialmente um califado nas regiões do Iraque e da Síria. O grande problema é que o ISIS avança sobre amplos territórios, na perspectiva de construção de um Estado islâmico de extrema-direita que teria conseqüências funestas para o futuro da classe trabalhadora (e principalmente das mulheres) em toda região. O imperialismo protagonizado pela OTAN (que em grande medida é parte do problema) realiza seu “teatro” de guerra, aguardando o ISIS massacrar a resistência popular curda em Kobanê, para provavelmente fazer a intervenção no momento mais adequado e impor seus governos fantoches já com a derrota do protagonismo do povo curdo.

Nesse exato momento, setores populares e revolucionárias/os lutam com escassos recursos em áreas liberadas contra o Estado Islâmico. que incluem assembleias populares, conselhos (com equilíbrio étnico) e a formação de um braço armado feminino (ligado ao PKK), o YPJ. Nesse momento de crise a nossa solidariedade deve ser uma solidariedade de classe que ultrapasse as fronteiras políticas dos Estados-nacionais e as divisões no interior da classe trabalhadora. A luta popular curda decidirá em grande medida o destino daquela região, frente a extrema-direita fascista do ISIS, a omissão planejada da ONU e o imperialismo da OTAN. Por isso devemos apoiar ativamente a luta popular curda!

Todo apoio a resistência popular curda! Kobane vencerá!


quinta-feira, 25 de setembro de 2014

[FAG] Ato político da FAG – Como votam os Anarquistas?


Realizamos no dia 20 de setembro Ato Político Anarquista em que compartilhamos com a companheirada presente alguns elementos de análise da conjuntura eleitoral que a nossa Organização tem discutido e apontado. Da mesma forma, foi um momento de fazermos pública a nossa linha política para a conjuntura eleitoral e para além dela. Abaixo é possível ver algumas fotos do ato e o discurso realizado sobre o tema.

Ou se vota com os de cima, ou se luta e se organiza com os de baixo!














De baixo pra cima se luta e se cria um povo forte.

Lutar e Vencer fora das urnas.

As mobilizações de massa da juventude que escreverem um pedaço da história recente do Brasil com as Jornadas de Junho ainda não tiveram um final. A explosão das ruas anunciada pelos estudantes-trabalhadores do regime flexível, sujeitos da rotina neurótica e estafante das grandes cidades, agravada pela deterioração dos serviços e dos bens públicos, não foi satisfeita. As urgências populares pela ampliação dos seus direitos continuarão em cena. São dramas brasileiros cotidianos, e ainda vão latejar muito. Terão que ganhar potência em organizações de base e com um federalismo que una as rebeldias e não se deixe capturar pelas instituições. Não serão as eleições e a oferta dos partidos da democracia burguesa que confortarão o mal-estar que provoca o sistema.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Boletim do COMPA Nº 5: Nossas urgências não cabem nas urnas, a vida só muda com resistência e luta!

Publicado o quinto número do Boletim do COMPA, escrito para abordar a questão das eleições, suas ilusões e a necessidade de construirmos o nosso programa de necessidades e urgências - moradia, saúde, transporte, trabalho, terra, direitos - por nossas próprias mãos, com ação-direta, autonomia, independência política e solidariedade. Criar Poder Popular para transformar a sociedade de acordo com as nossas pautas e as nossas urgências, que jamais serão pautadas pelos de cima, em eleições ou fora delas.

Segue abaixo o boletim na íntegra, impresso e distribuído em Belo Horizonte e Região Metropolitana, e neste link você pode fazer o download do PDF.




BOLETIM DO COMPA - Coletivo Mineiro Popular Anarquista
Ano II - Nº 5 – Setembro de 2014
www.coletivocompa.org • compabh[ arrob@ ]riseup.net

NOSSAS URGÊNCIAS NÃO CABEM NAS URNAS, A VIDA SÓ MUDA COM RESISTÊNCIA E LUTA!

Olá colega, como vai? Imaginamos que ainda hoje você foi alvo de várias propagandas políticas na rua ou na TV. É tempo de eleição e por isso diversos partidos políticos estão disputando o seu voto e prometendo mundos e fundos para chegarem ou se manterem no poder. Pois bem, nós também estamos fazendo um tipo de campanha política, mas diferente dos políticos profissionais, porque não esperamos enriquecer e nem ficarmos poderosos às custas dos impostos de ninguém. Queremos apenas conversar um pouco com você. Será que podemos?

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

[Anarkismo.net] Publicada tradução de entrevista com Juan Carlos Mechoso: A Estratégia do Especifismo

Juan Carlos Mechoso,  fundador da Federação Anarquista Uruguaia (FAU) foi entrevistado pelo militante e pesquisador Felipe Corrêa, integrante da Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) e do Instituto de Teoria e História Anarquista (ITHA).

Esta entrevista — realizada por Felipe Corrêa, com Juan Carlos Mechoso, da Federação Anarquista Uruguaia (FAU) — aborda a “estratégia do especifismo” da FAU. Nas perguntas são abordados temas relevantes, como: conceito de especifismo, relação deste tipo de anarquismo com os clássicos e com experiências similares que surgiram na história, a relação do especifismo com o contexto da América Latina, comparações com outras ideologias que defendem a atuação em níveis distintos (partido – movimento de massas), conceitos de ciência, ideologia e sua relação com o socialismo, posições programáticas que os anarquistas devem defender nos movimentos populares, conceitos e concepções de classe, neoliberalismo, modelo de desenvolvimento da América Latina, poder popular, estratégia, luta armada, revolução social.

Segua a entrevista na íntegra, que pode ser acessada por este link no portal Anarkismo.net:

A Estratégia do Especifismo


Juan Carlos Mechoso (Federação Anarquista Uruguaia)
Esta entrevista -- realizada por Felipe Corrêa, com Juan Carlos Mechoso, da Federação Anarquista Uruguaia (FAU) -- aborda a “estratégia do especifismo” da FAU. Nas perguntas são abordados temas relevantes, como: conceito de especifismo, relação deste tipo de anarquismo com os clássicos e com experiências similares que surgiram na história, a relação do especifismo com o contexto da América Latina, comparações com outras ideologias que defendem a atuação em níveis distintos (partido – movimento de massas), conceitos de ciência, ideologia e sua relação com o socialismo, posições programáticas que os anarquistas devem defender nos movimentos populares, conceitos e concepções de classe, neoliberalismo, modelo de desenvolvimento da América Latina, poder popular, estratégia, luta armada, revolução social.

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A ESTRATÉGIA DO ESPECIFISMO

Juan Carlos Mechoso (Federação Anarquista Uruguaia)

Entrevista a Felipe Corrêa


PREFÁCIO

Finalmente, depois de mais de cinco anos da realização desta entrevista, entrego a tradução em português para publicação online e em livro, pela Faísca Publicações.

Trata-se, como verá o leitor, de uma longa sequência de perguntas e respostas em que Juan Carlos Mechoso, destacado militante e fundador da Federação Anarquista Uruguaia (FAU), fala sobre a estratégia de luta desta organização, construída desde sua fundação, em 1956.

Com respostas muito bem desenvolvidas, muitas das quais recorrem aos documentos da própria FAU, a entrevista, que levou quatro meses para ser realizada, por email, no fim das contas, ficou ótima e foi muito esclarecedora. Ambos, entrevistador e entrevistado, ficamos muito empolgados e satisfeitos com o resultado final.

A partir de meados dos anos 1990, a FAU passou a ter uma influência determinante no anarquismo brasileiro. Entre os fins de 1995 e o início de 1996 conformou-se a Construção Anarquista Brasileira, uma iniciativa conjunta de uruguaios e brasileiros, que tinha por objetivo a articulação anarquista no país e uma retomada de sua influência no campo popular em geral. Desde então – e não sem erros, acertos e muito esforço e dedicação militante –, praticamente tudo que foi desenvolvido no Brasil, em termos de anarquismo especifista, teve influência direta da FAU.

A Organização Socialista Libertária (1997-2000), o Fórum do Anarquismo Organizado (2002-2012) e a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB), fundada em 2012, com presença em mais de 10 estados brasileiros, são frutos deste processo. A CAB tem investido na construção de um anarquismo de base, classista que, por meio de sua organização específica e política, vem buscando impulsionar e influenciar as lutas sociais e movimentos populares de nosso país, com vistas à construção do poder popular, num processo de ruptura revolucionária que conduza ao socialismo libertário.

Os termos “especifismo” ou “anarquismo especifista” referem-se, de algum modo, à maneira que os uruguaios da FAU encontraram para se referir ao tipo de anarquismo que defendiam e praticavam, o qual teve não apenas influências clássicas de anarquistas como Mikhail Bakunin e Errico Malatesta, mas também de outras experiências locais e mesmo algumas elaborações próprias. Assim, quando responde questões sobre “a estratégia do especifismo”, Mechoso reflete sobre o modo que a FAU encontrou, historicamente, para colocar suas ideias em prática e quais foram as grandes linhas que nortearam sua atuação.

Conhecendo a recente produção de Mechoso sobre a história da FAU (Acción Directa Anarquista: una história de FAU, 4 tomos, Editorial Recortes), e levando em conta esta sua importante influência no anarquismo brasileiro, pensei, quando propus esta entrevista, em tratar de outro tema. Não da história, já bem documentada nestes volumes, mas da estratégia da FAU, da “estratégia do especifismo” da FAU. Nas perguntas, portanto, abordei temas relevantes a este fim: conceito de especifismo, relação deste tipo de anarquismo com os clássicos e com experiências similares que surgiram na história, a relação do especifismo com o contexto da América Latina, comparações com outras ideologias que defendem a atuação em níveis distintos (partido – movimento de massas), conceitos de ciência, ideologia e sua relação com o socialismo, posições programáticas que os anarquistas devem defender nos movimentos populares, conceitos e concepções de classe, neoliberalismo, modelo de desenvolvimento da América Latina, poder popular, estratégia, luta armada, revolução social.

Devo destacar que, a meu ver, este material possui duas virtudes. Por um lado, do ponto de vista histórico, visto que ele discute aspectos importantes de uma organização que protagonizou uma das maiores experiências do anarquismo no mundo depois da Revolução Espanhola (1936-1939). A influência da FAU em setores sindicais, comunitários e estudantis, se levada em conta o tamanho da população do país, foi notável e digna de destaque em qualquer história global do anarquismo.

Por outro, da perspectiva atual, visto que ela contribui enormemente com o anarquismo contemporâneo. As reflexões apresentadas por Mechoso, e mesmo suas referências à experiência da FAU, são centrais não somente para um aprimoramento das práticas políticas da CAB, mas, mesmo, para contribuir com o anarquismo de outras correntes e, por que não, dos setores mais combativos e independentes dos movimentos populares em geral.

***

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

[CAB] Eleições: A saída à esquerda não é nas urnas, mas nas Ruas!

Elementos da conjuntura eleitoral – Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)

O contexto de eleições em nosso país precisa ser analisado a partir de alguns elementos da conjuntura brasileira que procuraremos apontar na presente análise. São aspectos que acreditamos relevantes e em certa medida condicionantes de uma compreensão mais rigorosa das eleições e de algumas conclusões libertárias que no final apontaremos.


Quando o “Ganha, ganha”, pode se tornar o “Ganha, perde”

O Partido dos Trabalhadores já governa o país há 12 anos, desde 2002. Sua fórmula tem sido a de fortalecer o financiamento aos grandes capitalistas “tupiniquins”, bem como a expansão do crédito pessoal, que por tabela fortalece o mercado consumidor. O governo busca fortalecer os grandes capitalistas e, de quebra, cria empregos e melhora as condições de consumo da massa trabalhadora. Para completar temos ainda programas sociais que atendem a massa, a exemplo do Bolsa Família – “36 milhões de brasileiros foram tirados da extrema pobreza” (DILMA, 2014) e o Mais Médicos – que segundo o governo cobriu 50 milhões de pessoas desassistidas. Toda esta forma de governar tem sido sintetizadas por nossa corrente, no bojo da CAB, como o neodesenvolvimentismo, porque representa uma nova busca pelo desenvolvimento de alguns setores da economia como sua inserção na economia internacional por meio da injeção de recursos públicos (isto é mais intervenção que no período neoliberal), todavia com certa repaginação, pois não podemos comparar essas com as políticas desenvolvimentistas de outrora, afinal o Estado entra mais como financiador do que como agente direto do desenvolvimento, nesse sentido privatizações e parcerias público privadas vigentes da época neoliberal se mantém, quando muito ganham outra roupagem.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

[Rio de Janeiro] Seminário Internacional: 150 anos da AIT – A Tradição Anarquista



O Núcleo de Pesquisa Marques da Costa está organizando, junto a outros coletivos, um Seminário Internacional sobre os 150 anos da Associação Internacional dos Trabalhadores. Segue abaixo a apresentação do evento e a programação:

Realizaremos o Seminário Internacional “150 anos da Associação Internacional dos trabalhadores”, não apenas pela conveniência da data, bem como, ou ainda mais, por entendemos a oportunidade de debater as tradições revolucionárias dento da Internacional e suas contribuições para a conformação da classe trabalhadora no século XIX. A Internacional foi palco, entre os anos de 1864 e 1876, de memoráveis debates dos quais resultaram parte importante das formas organizativas utilizadas até os dias de hoje no movimento sindical e popular. Foi ainda em seu interior que apareceram com maior nitidez as propostas ideológicas do comunismo e do anarquismo, bem como seus postulados e suas divergências táticas e estratégicas.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

[FARJ] Rafael Braga: mais uma vítima do terrorismo de Estado brasileiro

Retirado de: http://anarquismorj.wordpress.com/2014/08/27/rafael-braga-mais-uma-vitima-do-terrorismo-de-estado-brasileiro/


Nos dias 25 e 26 de agosto uma mobilização foi marcada para pressionar o julgamento da apelação contra a condenação do único preso pelas manifestações ainda encarcerado no Brasil: Rafael Braga. Rafael foi preso durante as manifestações de junho de 2013 “portando” uma garrafa de pinho sol e outra de álcool, produtos de limpeza que foram transformados pela polícia, mesmo depois da perícia constatar que eram garrafas plásticas e de pouco potencial inflamável, num “possível molotov”. A vigília aconteceu em frente ao Tribunal de Justiça, reunindo militantes, artistas independentes e movimentos populares diversos. Apesar da mobilização de vários grupos e organizações, a justiça, escancarando cada vez mais seu verdadeiro rosto, manteve a condenação de Rafael e diminuiu apenas 4 meses de sua pena.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ocupação Guarani-Kaiowá: Ação-Direta, Autonomia, Autogestão e Solidariedade. Leituras de uma militância anarquista

Ocupação Guarani-Kaiowá: Ação-Direta, Autonomia, Autogestão e Solidariedade.
Leituras de uma militância anarquista.

Encontro entre indígenas Guarani-Kaiowá e moradores da Ocupação urbana Guarani-Kaiowá
Agosto de 2014, Frente de Luta Por Moradia do COMPA

Desde meados de outubro do ano passado, o COMPA acompanha a luta da Ocupação Guarani-Kaiowá, situada em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). A Ocupação existe desde 09 de março de 2013 e conta com 150 famílias que ocuparam um terreno que até então abrigava um enorme matagal entregue às moscas da especulação imobiliária. O terreno, que encontrava-se penhorado, cuja empresa proprietária é devedora fiscal (Construtora Muschioni), fica na região do Ressaca, uma região administrativa do município de Contagem que conta com bairros que, em geral, não têm perfil de bairros de alta renda da cidade.

OS PRINCÍPIOS E AS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA DE ESTADO E CAPITALISTA

Estamos juntos com a luta da ocupação por meio da Frente Terra e Autonomia, FTA, que é a frente que a nossa militância constrói junto a moradores e mais apoiadores externos e que existe há aproximadamente sete meses. A FTA consiste em uma frente independente de ideologias e organizações políticas que se articula em torno de princípios determinados para atuar nas lutas urbanas da cidade, atualmente com foco na luta por moradia. Compartilhamos de princípios como anticapitalismo, autonomia, autogestão, ação-direta, solidariedade, apoio-mútuo, horizontalidade, autodisciplina e independência política. A FTA é uma articulação muito cara para a militância do COMPA, por se tratar de uma iniciativa coletiva de caráter libertário e anticapitalista que tem como objetivo se inserir em lutas como a de moradia, que, para nós, além de uma luta digna é uma luta potencialmente revolucionária por contestar diretamente a propriedade privada – e o capitalismo.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

[FTA] ESTADO ORDENA AÇÃO DE DESPEJO A 8.000 FAMÍLIAS: MASSACRE ANUNCIADO



8 MIL FAMÍLIAS SOFREM AMEAÇA DESUMANA DE TEREM SUAS VIDAS ARRUINADAS COM O ANÚNCIO DE UMA MEGAOPERAÇÃO POLICIAL A SER REALIZADA AINDA NESTA SEMANA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE (RMBH).

Belo Horizonte, 12/08/2014, FTA – Frente Terra e Autonomia

8 mil famílias sofrem ameaça desumana de terem suas vidas arruinadas com o anúncio de uma megaoperação policial a ser realizada ainda nesta semana na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Trata-se de 30 mil pessoas que moram nas ocupações urbanas da mata do Isidoro, a saber: Ocupação Vitória (4.500 famílias), Ocupação Esperança (2 mil famílias) e Ocupação Rosa Leão (1.500 famílias). O desastroso e alarmante déficit habitacional de 70 mil moradias em Belo Horizonte incumbe milhares de pobres à tal situação gravíssima, indígena e inaceitável.

A Região da Mata do Isidoro, mais conhecida como Granja Werneck, situada no norte da RMBH, é alvo de ambições das mais variadas origens por parte de empreiteiras e grandes empresários. Especula-se que há naquela região, que tem 10 milhões de metros quadrados, potencial suficiente para dar cabo ao projeto urbanístico mais caro do Brasil, podendo levantar uma quantia em torno de 15 bilhões de reais¹. Fato é que essa imensa área há muito abandonada é alvo de um punhado de ricos ambiciosos que estão intimamente alinhados com o milionário prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda.

Dada a situação, que coloca de um lado da balança o direito fundamental de moradia de milhares de famílias trabalhadoras e do outro lado a garantia do lucro e das regalias de alguns afortunados, os poderes do nosso Estado Democrático de Direito (prefeitura, legislativo e judiciário) sem hesitar e sem medir esforços batem o martelo a favor dos seus iguais: os ricos. Nessa simples decisão o Estado anuncia uma tragédia talvez sem precedentes em Minas Gerais, devido à gravidade que existe em realizar uma operação violenta contra milhares de pessoas que não querem nada mais do que garantir seu teto (e que, muitas delas, com toda a legitimidade, resistirão a qualquer custo dentro em defesa de suas casas, seus pertences e suas famílias). O Estado parece não ter a capacidade de medir o perigo e o massacre anunciado que ele pode operar nesta próxima semana, em defesa dos especuladores, empreiteiros e grandes empresários. Mas ele tem e compreende o que está fazendo; e o faz com convicção. São em torno de 1.500 militares destacados para a operação violenta de despejo, isso segundo a PM.

Nas ocupações do Isidoro são 8 mil moradias construídas há pouco mais de um ano. Não há projeto social habitacional que tenha construído 10% desse montante para as famílias que tenham renda de 0 a 3 salários mínimos na RMBH (Minha Casa Minha Vida, a propósito, construiu pouco mais de mil unidades habitacionais²). Somando essas 8 mil moradias às outras milhares que foram construídas por outras ocupações urbanas da RMBH, temos mais de 25 mil famílias em ocupações (a Ocupação William Rosa em Contagem conta com 4 mil famílias; a Ocupação Guarani-Kaiowá, também em Contagem, conta com 150 famílias; temos mais 350 famílias na Ocupação Eliana Silva e mais 1.000 na Ocupação Dandara – destas, a mais antiga, com 5 anos). Tal número refere-se, importante saber, apenas às ocupações que de alguma forma se organizam com movimentos sociais, pois existem mais tantas outras pela RMBH.

Portanto, podemos perceber de forma clara a importância e a força do movimento popular organizado para tratar de assuntos fundamentais que de algum modo enfrentam empecilhos por parte de ganâncias e articulações lucrativas dos ricos que gerem o Estado e o capital, como é o caso da luta por moradia. Belo Horizonte (a RMBH) e outras tantas cidades brasileiras se orientam por políticas desumanas e segregatórias no que tange a distribuição dos espaços, terrenos e moradias já estabelecidas: é caro, inacessível, está especulado e inabitável. O que a situação impõe ao pobre é se organizar e ocupar os diversos terrenos, prédios, espaços vazios que estão às moscas da especulação imobiliária, por meio da ação-direta e do combate aos interesses do capital, resistindo e construindo suas casas e suas comunidades. Esse ganho, portanto, é merecido ser ressaltado: a ação-direta popular garantiu milhares de casas ao povo pobre brasileiro, enquanto o Estado segue na via oposta, ora despejando, ora não construindo suficientes moradias nos seus projetos sociais demagogos e enganadores.

Vale salientar também o quão a luta por moradia na capital deu gás e mais força para toda a luta popular da cidade. Nos recordamos a campanha internacional que foi realizada para Dandara, em 2011, o que deu mais força à ocupação na luta contra o despejo, que se fazia iminente, e que igualmente construiu laços entre lutas que até então estavam dispersas na cidade. Foi depois da pauta do dia ser composta pela luta por moradia, pela solidariedade com a Dandara (e no mesmo ano com a Zilah Spósito, também no Isidoro, mas que não sofre ameaça iminente), que pudemos notar um avanço nos espaços de esquerda da cidade que se propõe à luta.

Esses entre outros fatores nos chamam ao dever de não medirmos esforços em nos somarmos à mobilização de solidariedade às ocupações do Isidoro, denunciando o crime que está sendo cometido em nosso estado e dando o suporte físico e político necessário para a defesa das 8 mil moradias construídas pelo povo. Bilhetes e comunicados estão sendo distribuídos pela PM para os moradores das ocupações. O Estado afirma que a operação da PM está baseada no despejo de 2.500 famílias, o que é, no mínimo, absurdo. A PM convocou reuniões com as lideranças da ocupação para reafirmar a realização do despejo, e destacar que se for necessário o uso da força, eles utilizarão. O Estado está, no fim das contas, ameaçando o povo para que deixem suas casas e vão para onde quiserem ir, porque não se preocupou em ao menos garantir um destino às pessoas que perderão suas casas.

É um momento extremamente delicado que precisa do apoio de todas e todos, de forma geral e irrestrita. Corremos o risco de presenciarmos um banho de sangue. É disso que o Estado é capaz, não nos enganemos. É em função dos ricos e capitalistas que o Estado trabalha, custe o que custar: moradias, ameaças, torturas, vidas.

Pela solidariedade à Resistência do Isidoro! #ResisteIsidoro! Estamos juntas e juntos com vocês.

¹ Dados de vídeo do portal bhaz.com.br de título “Mata do Isidoro no BH que você não conhece”.
² De acordo com o Frei Gilvander, até novembro de 2013, o número era de 1.427.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pelo fim do genocídio do Estado de Israel contra o povo Palestino

Texto escrito coletivamente entre indivíduos, organizações, movimentos sociais e espaços autônomos para panfleto a ser distribuído em Belo Horizonte:

Pelo fim do genocídio do Estado de Israel contra o povo Palestino!

Na última semana o Estado de Israel deu início a mais uma ofensiva militar contra o povo palestino, deixando até o momento 200 mortos e mais de 1500 feridos. O conflito que se instaura em Gaza e em outras regiões por onde se distribui o povo palestino, há mais de 50 anos, não é uma guerra. Israel é um Estado e possui um dos exércitos mais poderosos. A superioridade militar e política de Israel é inquestionável e se traduz no número de vítimas. O povo palestino é privado de sua terra e de seus direitos desde o início da ofensiva israelense, assassina e expansionista. Trata-se de um massacre, um genocídio.

terça-feira, 15 de julho de 2014

[CAB] Prisões e mais criminalização marcam o final da Copa do Mundo no Brasil

Coordenação Anarquista Brasileira (CAB)
Desde seu início, a Copa do Mundo foi desastrosa para os setores oprimidos do país. Sua elaboração já indicava a forte censura que sofreriam todos aqueles e aquelas que estão no caminho contrário de suas ações. A Copa, com suas leis e regimentos colocou em situação de risco os precários direitos dos povos do Brasil. A lista de situações de opressões é gigantesca e o desfecho de sua estadia aqui, deixa um “legado assombroso” em termos de criminalização e perseguição política que demonstra a verdadeira face do Estado e do capital.

Sabemos que as críticas que foram feitas a este megaevento surgem com as insatisfações da população em geral e certamente estas insatisfações encontram abrigo maior no seio dos mais oprimidos. A violência contra a pobreza, que já era prática constante dos governos e suas polícias se intensifica neste período e as comunidades padecem nas mãos de uma aparato repressivo e assassino, a população de rua se torna muito mais vulnerável à agressões daqueles que “defendem a ordem”, os ambulantes, os trabalhadores informais são atacados e roubados pela “fiscalização Estatal” para que não possam macular as grandes patrocinadoras e as grandes marcas, as 250 mil famílias que perderam suas casas por contras das obras da Copa também estão sofrendo fortes consequências por parte desta política desenvolvimentista.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

[CAB] Contra a Copa e a Repressão: Somente a Luta e Organização!

Retirado de: http://anarquismo.noblogs.org/?p=82

O quadro das lutas e dos conflitos sindicais e populares no país antes e durante a Copa do Mundo, tem pressionado o governo federal, alguns governos estaduais, municipais e as patronais, gerando uma guerra de nervos nos principais centros urbanos do Brasil.

Se no ano passado as grandes mobilizações foram protagonizadas pelos setores precarizados da juventude e não pelos movimentos populares organizados, em 2014, a tônica tem sido e, pelo jeito, continuará sendo dada pela base dos trabalhadores de diversas categorias e por setores próximos e articulados com as classes oprimidas. O desenrolar do conflito dos Metroviários de São Paulo – que durante dias enfrentaram a intransigência de uma das piores expressões da direita desse país (o quadro da organização de extrema direita católica Opus Dei Geraldo Alckmin/PSDB) é um exemplo disto, recebendo a forte repressão policial, todo o jogo sujo dos grandes meios de comunicação e ainda o anúncio de mais de 40 demissões. Os metroviários prosseguem na campanha de readmissão dos 42 trabalhadores demitidos. Chumbo grosso está sendo jogado em cima desses valorosos companheiros/as e em cima de outras categorias atualmente em greve é por isso que precisamos estar atentos a todas as tentativas de criminalização das lutas.

Estado de exceção? Estado de luta e solidariedade permanente!

No marco da Lei Geral da Copa e da Portaria de Garantia da Lei e da Ordem, que configura um verdadeiro Estado de Exceção no país, faz-se extremamente necessária a Solidariedade incondicional do conjunto da esquerda e dos movimentos sociais a todos os conflitos em curso e, principalmente, para os trabalhadores metroviários de São Paulo.

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Há meses, ocorre o aumento dos efetivos policiais e militares nos centros urbanos, bem como em suas periferias e favelas.

terça-feira, 3 de junho de 2014

[OASL] Palestra sobre Especifismo

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No dia 17 de maio de 2014, ocorreu no Centro de Cultura Social – SP uma atividade com companheiros da Organização Anarquista Socialismo Libertário. Na atividade foi feita uma introdução sobre o especifismo, concepção de organização anarquista que orienta as organização integrantes da Coordenação Anarquista Brasileira.

A seguir, reproduzimos os vídeos feitos da atividade, cedidos por um companheiro de São Paulo do Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

[BA] Nota de construção do Fórum Anarquista Especifista na Bahia

Fórum Anarquista Especifista
Construindo uma organização anarquista na Bahia


Retirado de: https://juventudelibertaria.wordpress.com/

Dos sindicatos, movimento estudantil e comunitário, dos movimentos por mobilidade e das lutas contra opressões (gênero, étnica e de sexualidade). São de onde vieram, e de onde queremos que venham muito mais, companheiras e companheiros que se lançaram na retomada da construção de um anarquismo organizado na Bahia.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Nota de Repúdio do COMPA ao Jornal Estado de Minas


Na recente edição de domingo do jornal Estado de Minas (25/04/2014), foi publicada no caderno de "Política" uma matéria torpe e dissimulada a respeito das manifestações e das organizações que, segundo eles, compõe o corpo de mobilização dos protestos. Inerente à sua história, fazendo jus à sua má índole que atravessa décadas de desinformação e mentiras em defesa de uma linha política elitista e antipopular muito clara, o Estado de Minas, por meio desta matéria ("Manifestações: conheça as caras e as vozes dos protestos em Belo Horizonte", Daniel Camargos), trouxe à edição avaliações e conclusões equivocadas - e portanto parciais - que, de modo geral, tentam reduzir as manifestações ao perfil partidário-eleitoreiro e difamar organizações e movimentos que eventualmente estariam envolvidos.

A matéria, semelhante às recentes publicações que dizem respeito às manifestações populares de 2014, busca atingir alguns objetivos que viemos percebendo de forma clara: tentar esvaziar os protestos; influenciar leituras negativas quanto às mobilizações; transmitir a ideia que atualmente as manifestações se resumem aos "de sempre" (partidos políticos/movimentos sociais vermelhos/esquerda); premeditar, de forma violenta e sensacionalista, conflitos campais entre "black bloc" e polícia, numa tentativa clara de recolher a população em suas casas a partir da indústria do medo, equiparando as forças desproporcionais dos black bloc e da polícia militar.

Não é de hoje que o jornal Estado de Minas tem tentado criminalizar e deslegitimar as manifestações que desde junho do ano passado acontecem com mais frequência na Região Metropolitana de Belo Horizonte e de grande parte do país. É de maneira ardilosa e totalmente irresponsável que o jornal vem atacando duramente quaisquer tipos de organizações políticas que com orgulho ocupam as ruas da cidade para lutarem de forma legítima contra as péssimas condições sociais que os trabalhadores e cidadãos enfrentam no dia-a-dia: a situação calamitosa da saúde que afeta todo o país, péssimas condições de transporte público e uma tarifa que está entre as mais caras do mundo, situação de moradia precária para trabalhadores de baixa renda, salários miseráveis e péssimas condições de trabalho para a maior parte da população, péssimo sistema de educação, além da Copa do Mundo que atropela todas essas necessidades unicamente pelos interesses econômicos e políticos de uma minoria.

Diante de tantos obstáculos encontrados por aqueles que se lançam à luta, ainda temos de enfrentar os ataques midiáticos grotescos e dissimuladores promovidos pelo jornal Estado de Minas, que de forma totalmente simplista e desinformada, difama e criminaliza os movimentos populares e organizações políticas que se encontram no contexto das atuais manifestações em BH. Ressaltamos que o direito de se manifestar está garantido a todo brasileiro pela constituição federal e que certos veículos midiáticos vêm operando uma política de ataque a esse direito conquistado pelo povo por meio de sua linha editorial presente em todas as bancas de jornais, nos horários nobres da TV e nos programas de rádio. Veículos que, a propósito, afirmam repudiar a ditadura militar que eles próprios já apoiaram, escondendo que criminalizaram aqueles que a combateram.

É com enorme indignação que por meio desta resposta tornamos público o nosso repúdio a esta tentativa de criminalizar o Coletivo Mineiro Popular Anarquista – Minas Gerais (COMPA/MG), se referindo a nós, de forma mentirosa, como defensores da violência nas manifestações, com o claro intuito de colocar a opinião pública contra nossa organização e a nossa ideologia, deslegitimando nossa luta e abrindo espaço para a criminalização. É de enorme irresponsabilidade um veículo de comunicação com o alcance que possui o jornal Estado de Minas fabricar conclusões a partir de um parágrafo isolado retirado de um dos panfletos distribuídos por nossa organização, nos expondo publicamente através de um jogo manipulador sem ao menos conhecer nossos princípios e nossa linha política. Fica claro o conteúdo político conservador e nada neutro por trás de seu editorial, que alardeia tantas mentiras sobre nós e a nossa ideologia, como vem fazendo em tantas páginas, mas que nada diz sobre os escândalos envolvendo o preço abusivo das passagens ou mesmo a repressão desproporcional que aflige aqueles que lutam ainda que pacificamente.

É óbvio que é cômodo para as mídias corporativas fazerem análises simplistas sobre o momento combativo que vivemos no Brasil desde junho de 2013 e sobre toda essa questão que envolve a violência nos protestos, pois acima de tudo vendem matérias e matérias sobre o assunto, mesmo que mentirosas. O nosso boletim de junho de 2013, o qual o Estado de Minas fez questão de recortar um parágrafo isolado e manipular, afirmando defendermos a violência, é muito mais reflexivo que propriamente auto-afirmativo. No boletim, o COMPA analisa o contexto das mobilizações que eclodiram nos protestos de junho, reflete quanto à verdadeira volúpia que está por trás da violência nas manifestações e discorre exatamente sobre como as mídias criminalizam pessoas e movimentos de forma generalizada, irresponsável e caluniosa.

Ao contrário do que escutamos ou lemos nos jornais, que diariamente simplificam as manifestações populares, usando termos como “vândalos” ou “arruaceiros”, entendemos que a violência é muito mais complexa do que como é tratada por esses veículos de comunicação, que insistem em generalizar todo o contexto de surgimento dos protestos, se baseando em estereótipos e levando um nível medíocre de reflexão para seus leitores e telespectadores. O que é ainda mais agravante principalmente se pensarmos que toda a revolta que foi protagonizada por parte daqueles que estavam nas ruas foi consequência da assombrosa ação da Polícia Militar de São Paulo que reprimiu brutalmente a primeira manifestação promovida pelo MPL de São Paulo, no dia 13 de junho de 2013. Foi exatamente a ação da PMESP que despertou o sentimento solidário entre os estados, resultando nos gigantescos protestos por todo o país. Importante ressaltar também que, neste primeiro momento, muitas mídias nacionais foram a favor do uso abusivo da força policial na manifestação – portanto defensoras da violência - e só se posicionaram de maneira mais estratégica quando o assunto tomou as redes sociais com os vídeos das ações repressivas da PM divulgados na internet, trazendo à tona a face violenta e ineficiente dos poderes de coerção utilizados para tentar calar as ruas.

O fato de entender que o que as grandes mídias tentam chamar de vandalismo não se compara com o estado de repressão e de criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, não significa apoiar a violência nas manifestações, mas sim refletir sobre esse contexto social e procurar entender os verdadeiros fatores que lhes proporcionaram tal dimensão. Simplesmente exercemos o direito de pensarmos de forma crítica, algo totalmente diferente do conteúdo veiculado nos jornais, associando as legítimas manifestações como as que vêm ocorrendo em Belo Horizonte como obra de grupos violentos – o que não somos.

Nesse sentido, é curioso um jornal como o Estado de Minas, órgão que compõe o Diário dos Associados (DA), nos referir cinicamente como adeptos e "a favor da violência". Foi na capa deste mesmo jornal que saiu uma imagem com um policial completamente armado de um lado e um black bloc do outro, fazendo uma alusão explicitamente violenta aos protestos deste ano. É na TV Alterosa - que também é parte do DA - que o discurso de ódio de "redução da maioridade penal" e "pena de morte" compõe a pauta do dia, todos os dias, permeando leituras violentas, simplistas e revanchistas. Enquanto programas e emissoras da televisão incentivam o linchamento, os "justiceiros", as ações arbitrárias, higienistas e racistas dos PMs nas periferias do Brasil - como o SBT, parceiro do Diário dos Associados -, nós, que fazemos justamente essa reflexão e ponderamos a violência do complô mídia-estado-empresários x povo pobre explorado e criminalizado, é que somos taxados de violentos nesses mesmos veículos da mídia. Nesta mesma linha violenta e odiosa, o Estado de Minas tem tradição de criminalizar e bestializar as justas greves que se estabelecem em nosso estado, tanto antigamente quanto hoje em dia, como a atual greve que foi deflagrada pela imensa gama de categorias do funcionalismo público da cidade. Os servidores que estão acampados há dias na porta da prefeitura são trabalhadoras e trabalhadores fartos da intransigência da prefeitura, que cruzaram os braços de forma legal e legítima. Além da falta de diálogo da prefeitura, são ainda diariamente atacados pelos veículos corporativistas de comunicação como o Estado de Minas, que blinda a prefeitura das críticas postas pelos servidores e abre caminho para a criminalização do movimento grevista, tanto na opinião pública, quanto por sua influência no judiciário.

O que é claro e evidente é que tanto as mídias corporativas quanto a justiça brasileira operam com a política de “um peso, duas medidas” no que diz respeito à violência e punição no Brasil. Para os cidadãos que vão as ruas, o mais subjetivo detalhe se torna prova de crime contundente, mesmo que manipulado ou forjado, sendo esses julgados com enorme urgência pelo judiciário, enquanto para os policiais que agridem no asfalto e assassinam nas favelas e para os ladrões corruptos e prevaricadores que fazem parte dos setores empresário-governamentais, a justiça é lenta e ineficaz.  Assim são garantidos os privilégios de uma pequena elite burguesa que vive às custas da exploração eterna dos trabalhadores, trabalhadores que são severamente punidos nas ruas quando tentam reivindicar melhores condições de vida.

É nesse contexto que também lamentamos as várias prisões arbitrárias que vêm acontecendo em todo o país com o intuito de tentar garantir o sucesso do evento da Copa do Mundo que se aproxima. São inúmeros os presos políticos em vários estados sem terem cometido crimes previsto em lei ou ter sequer acusações relevantes a não ser fazerem parte de movimentos políticos e populares, ou seja, prisões puramente políticas e consequentemente criminosas e inaceitáveis. Prisões políticas que são legitimadas pelos principais veículos de comunicação, assim como o jornal Estado de Minas, que criminaliza os movimentos políticos e populares ajudando os verdadeiros criminosos a garantirem seus privilégios.

Somos anarquistas, e temos convicção disso. Defendemos nossa bandeira e empunhamos nossa ideologia no dia-a-dia de nossas lutas. Somos anarquistas, organizados e revolucionários. Não cremos que serão apenas protestos combativos que mudarão estruturalmente as coisas; por isso nos organizamos e militamos no cotidiano das lutas populares. Mas também reivindicamos os protestos: construímos, defendemos e compomos. Violento é o Estado, que mata; a mídia, que sentencia, acoberta e mente. O movimento é organizado, resiste e sonha. Por isso luta, por isso não recua, por isso não se intimida.

PROTESTAR NÃO É CRIME! CONTRA À CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS POPULARES E PELA LIBERTAÇÃO IMEDIATA DOS PRESOS POLÍTICOS!

NÃO SE INTIMIDAR, NÃO SE DESMOBILIZAR! RODEAR DE SOLIDARIEDADE @S QUE LUTAM!

COMPA  - Coletivo Mineiro Popular Anarquista

Captura da tela da matéria on-line. Disponível em: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/05/25/interna_politica,532337/manifestacoes-conheca-as-caras-e-as-vozes-dos-protestos-em-belo-horizonte.shtml. Acesso em: 27/05/2014, 17:42.