domingo, 20 de setembro de 2015

Saudação do COMPA à fundação da FARPA - Federação Anarquista dos Palmares



Companheiras e companheiros do então Coletivo Anarquista Zumbi dos Palmares (CAZP) e do então Coletivo Libertário Delmirense (COLIDE), de Alagoas,

Nós do Coletivo Mineiro Popular Anarquista (organização-irmã de Minas Gerais) saudamos a fundação da Federação Anarquista dos Palmares, a mais nova organização especifista do Brasil, resultado da junção das organizações CAZP e COLIDE. Saudamos com muito entusiasmo por entendermos ser esse um grande passo do anarquismo no nordeste e no Brasil, pois reflete o avanço na organização das e dos anarquistas na região e a sua inserção social nas lutas populares de Alagoas.

Avanço esse que não veio por acaso: são mais de 10 anos que o CAZP vem militando nas lutas sociais do povo alagoano, enraizando anarquismo, fortalecendo nossa bandeira e semeando resistência e ação-direta nas terras de Zumbi. Tal como a companheirada do CAZP, também as e os compas do COLIDE têm papel destacado nesse processo, pois, mesmo sendo uma organização mais nova, nos seus anos de existência atuou com empenho e dedicação no interior do estado, ampliando o campo de presença do socialismo libertário na vida dxs trabalhadorxs, exploradxs e oprimidxs.

Nesse momento particular de crise pelo qual passa o país, entendemos que se faz mais oportuno e necessário ainda esse fortalecimento do anarquismo no norte e nordeste, que não se dá somente com a fundação da FARPA, mas também com o avanço na integração das organizações anarquistas da região. Em 2014, 6 organizações anarquistas finalizaram o 5º encontro regional do Norte e Nordeste, possibilitando aprofundar os debates, ajustar questões de organização no nível regional e encaminhar resoluções importantes para a luta no Norte-NE do Brasil.

Para resistir e avançar é preciso organização, disciplina e estratégia, e é nesse sentido que as companheiras estão caminhando e mostrando como se faz. Em meio à efervescência política que abrange toda a esfera nacional e que exige firmeza, posicionamento e a construção de um programa revolucionário de caráter libertário no seio de nossas lutas populares, a fundação da FARPA nos revigora os ânimos e nos dá a certeza de que, com tropeços e acertos, humildade e convicção ideológica, o anarquismo segue se enraizando nos quatro cantos do país, marcando presença, construindo uma outra proposta de luta que esteja para além das eleições, do estado, da ilusão na justiça burguesa e das burocracias nos sindicatos e movimentos sociais. Uma proposta que não repita o maisdo-mesmo da esquerda que legitima a alternativa pelo andar de cima, que aparelha os movimentos sociais e que breca a organização de base, mas que seja oriunda da revolta e da capacidade de traduzi-la em Poder Popular nos vários setores oprimidos da sociedade.

A revolta contra as injustiças, a opressão e a exploração que incandesce os nossos corações em Minas Gerais e no sudeste é a mesma que incandesce no sul, centro-oeste, norte e nordeste. É a mesma que um dia vibrou os corações dxs trabalhadorxs e do povo oprimido no Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Cuba, Rússia, Espanha, Itália, Bulgária, América do Norte, Ásia, Oceania e em todo mundo. É a mesma que hoje dá forças ao povo Curdo na luta contra o Estado Islâmico, a Turquia e o estado da Síria, ao passo que promove uma Revolução Social com caráter federalista, libertário e feminista. É a mesma que ergueu os zapatistas. E é também a mesma que despertou Zumbi, Dandara e todo o povo de Palmares e dos quilombos na luta contra a escravidão, de quem a FARPA dignamente lega a rebeldia e a resistência.

É essa revolta que nos une e que nos faz internacionalistas. É essa revolta que nos une e que dá substância e vida à solidariedade de classe. É dessa revolta que nasce a nossa ideologia anarquista! Longa vida ao anarquismo, longa vida à FARPA!

"Aos que tem tudo: NADA!
Aos que tem nada: TUDO!
Clã Nordestino mudou minha visão de mundo!" - Manifesto, música do Clã Nordestino.

FORTALECER O ESPECIFISMO EM ALAGOAS, NO NORDESTE E NO BRASIL!
VIVA A FARPA!
VIVA O ANARQUISMO!

Belo Horizonte, 17 de setembro de 2015

COMPA - Coletivo Mineiro Popular Anarquista

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

CONTRA A PEC 215! VIVA AS LUTAS DOS POVOS INDÍGENAS! VIVA O PODER POPULAR!




O COMPA solidariza-se através desta com os povos indígenas em sua luta pelo direito à terra.

A questão da terra no Brasil, e no mundo, tem tomado proporções cada vez maiores e mais violentas.
As forças do capital, sempre movidas pela sandice do poder político e econômico não veem barreiras e a todas e todos querem esmagar de modo cruel. São indiferentes ante o assassinato de pessoas de todas as idades, são insensíveis à diversidade de culturas, são frios ante a necessidade de conservação da natureza. Neste sentido podemos dizer que os valores do capital são contrários aos valores da vida.
No Brasil sentimos isso de diversos modos, seja na cidade, seja no campo, seja na floresta.
A especulação imobiliária e as indústrias na cidade, o agronegócio e a mineração nas áreas de campo e floresta mostram suas garras monstruosas por onde passam. O rastro de sangue e de dor se espalha cada vez mais.
Exemplo cruel disto é a PEC 215 – que transfere a demarcação das terras indígenas do poder executivo para o legislativo.
Somos contra tal medida e fazemos voz aos que consideram essa medida como mais uma declaração de inimizade e guerra do governo do PT aos povos originários.
Somos contra o genocídio instaurado contra diversas nações por fazendeiros e madeireiros e aqui, lembramos de modo supremo os Guarani Kaiowá.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

[FARJ] A simbologia de nossa bandeira


Toda organização, movimento social ou entidade dos trabalhadores tem sua simbologia. Um desses símbolos são as bandeiras. As bandeiras são utilizadas como forma de mobilizar, inspirar e propagandear uma determinada luta, uma determinada proposta política ou demanda social. No anarquismo não poderia ser diferente. As/os anarquistas optaram por usar diferentes simbologias para expressar sua ideologia política rebelde, as mais utilizadas no entanto, foram a bandeira negra e a bandeira vermelha e negra.

A história desses símbolos é geralmente difícil de se rastrear. Segundo Jason Wehling o primeiro caso registrado é reservado a anarquista Louise Michel, famosa participante na Comuna de Paris de 1871. De acordo com o historiador George WoodCock, Louise Michel ergueu a bandeira negra em 9 de Março de 1883, durante uma passeata de desempregados em Paris, na França. A passeata contava com 500 pessoas e Louise Michel à frente do cortejo gritando: “Pão, trabalho ou comando!”. Outro relato, reportado por Paul Avrich afirmou que em 27 de Novembro de 1884, a bandeira negra foi erguida em Chicago, durante uma passeata Anarquista. Provavelmente essa bandeira se difundiu ainda mais com a morte dos “Mártires de Chicago”, mortos pelo governo norte-americano, após uma farsa judicial. O preto era o luto, que representava a negação da nação, mas também a cor de quem não irá se render: é a expressão da determinação da luta. O negro também é a soma de todas as cores, representando a diversidade dos atores sociais mobilizados na luta anarquista que quer pôr fim ao Estado, ao capitalismo e as opressões. É a cor da luta negra, quilombola, rebelde.