Os Mártires de Chicago |
Viva a Anarquia!
Primeiro de Maio
Este texto fui publicado em um caderno para o 1º de maio, que pode ser baixado em PDF no link:
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O Anarquismo, o Massacre de Haymarket e os Mártires de Chicago
O Primeiro de Maio, a sociedade de ontem e de hoje
Todos os anos nos deparamos com as tais festas do
Primeiro de Maio, promovidas pelas grandes centrais sindicais e que
enchem praças e avenidas com milhares de pessoas. Com o objetivo de
atrair o público, em meio aos shows de artistas famosos, sorteiam até
carros e apartamentos. Esquecemos, no entanto, das origens dessa data
tão importante, que marca a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras
contra as mazelas do capitalismo e suas brutais consequências sobre
homens e mulheres.
Como sempre, a história é contada pelos vencedores, e
assim também aconteceu com a história do Primeiro de Maio, que até hoje
não é muito conhecida. A mobilização dos operários e operárias de
Chicago e de outros lugares do mundo aos fins do século XIX,
reivindicando a jornada diária de oito horas de trabalho, refletia uma
luta contra o sistema capitalista e as péssimas condições a que estavam
submetidos trabalhadores e trabalhadoras. A relevância atual desse tema é
que os motivos que levaram a essa mobilização não mudaram tanto de lá
para cá.
Continuamos a viver em uma sociedade capitalista,
apoiada na exploração do trabalho, nos baixos salários, nas precárias
condições de trabalho, no desemprego. Continuamos a viver em uma
sociedade em que impera a pobreza e a fome de muitos, para o benefício e
a prosperidade de poucos. Não temos o controle sobre o trabalho que
realizamos e nem sobre as decisões que nos afetam. Parte dos frutos de
nosso trabalho continuam indo para as mãos das classes dominantes.
Quando nos mobilizamos para reivindicar uma vida melhor, o Estado está
sempre lá, para nos reprimir e mostrar o devido lugar das classes
oprimidas no capitalismo. Essas são apenas algumas semelhanças dos fins
do século XIX e dos dias de hoje.
O trabalho nos Estados Unidos dos anos 1880
Aos finais do século XIX, os Estados Unidos
continuavam sua crescente onda de crescimento econômico, em grande
medida impulsionados pelos efeitos da Guerra de Secessão. A
possibilidade de empregos nas fábricas atraía estrangeiros e nativos. No
entanto, as condições de trabalho eram precárias ao extremo. Em nome do
lucro, os líderes capitalistas faziam com que homens e mulheres
trabalhassem 12, 14 e até 17 horas por dia, em ambientes sem qualquer
condição para o trabalho: muitos não tinham ventilação e iluminação
adequada, eram extremamente sujos etc. Nem as crianças e mulheres
grávidas eram poupadas. O desenvolvimento da crescente industrialização,
das precárias condições de trabalho e das organizações operárias,
criava um ambiente propício para a mobilização, com o objetivo de
melhorar as condições de vida.
Oscar Neebe – conhecido militante anarquista e
funileiro desse período – fez uma descrição do contexto da época em sua
autobiografia: “Eu trabalhava numa fábrica que fazia latas de óleo e
caixas para chá. Foi o primeiro lugar em que vi crianças de 8 a 12 anos
trabalharem como escravas nas máquinas. Quase todos os dias acontecia de
um dedo ser mutilado. Mas o que isso importa… Elas eram remuneradas e
mandadas para casa, e outras tomariam seus lugares. Acredito que o
trabalho infantil nas fábricas tenha feito, nos últimos vinte anos, mais
vítimas do que a guerra com o sul, e que os dedos mutilados e os corpos
destroçados trouxeram ouro aos monopólios e produtores.”
As mobilizações operárias e o Massacre de Haymarket
É dentro desse contexto que se dá o movimento
reivindicativo que marcou na História essa importante data do Primeiro
de Maio. Há anos, existia a ideia de que o dia dos trabalhadores e das
trabalhadoras deveria ser dividido em três partes: oito horas para o
trabalho, oito horas de sono e oito horas para o lazer e o estudo. No
ano de 1884, a Federação dos Sindicatos Organizados dos Estados Unidos e
do Canadá (precursora da Federação Americana do Trabalho – AFL)
declarou que a partir do dia 1º de maio de 1886 a jornada de oito horas
de trabalho passaria a vigorar, apesar dos capitalistas afirmarem que
isso era impossível. Esse movimento, na realidade, refletia uma das
reivindicações centrais dos movimentos operários da época, e continuava a
mobilização já iniciada anteriormente em países como Inglaterra, França
e Austrália. As adesões para o movimento foram muito grandes, já que a
reivindicação central era comum a todos os trabalhadores. Um pouco antes
do tão esperado Primeiro de Maio de 1886, milhares de trabalhadores e
trabalhadoras haviam aderido à luta pela redução da jornada. “Brancos e
negros, homens e mulheres, nativos e imigrantes, todos estavam
envolvidos.”
Especificamente nos Estados Unidos, o anarquismo,
força protagonista deste movimento, vinha crescendo desde o Congresso de
Pittsburgh, em 1883, e com a fundação da International Working People’s
Association (IWPA), expressão de massas anarquista que, em 1886, chegou
a ter 2500 militantes e 10 mil colaboradores. Entre seus fundadores,
podemos destacar Lucy Parsons – mulher, negra e ex-escrava –, que teve
um papel decisivo na organização operária de Chicago, incorporando a
pauta das mulheres e das negras e negros. Vale lembrar que a IWPA,
entendendo as condições especificas de mulheres e negras/os na
sociedade, defendeu a pauta das opressões, denunciando a forma como o
mundo do trabalho se utiliza dessas condições para promover uma maior
precarização e exploração do trabalho, lucrando ainda mais. Em um de
seus inúmeros discursos ela atentava para que nossa crítica, enquanto
trabalhadores, pudesse ir além da figura dos patrões, que refletíssemos
também sobre o mundo do trabalho: “Então você não pode ver que entre a
imagem do ‘bom chefe’ e a do ‘mau patrão’ tanto faz? E, que, você é a
presa comum de ambos, e que a função dele é simplesmente explorar? Você
não pode ver que é o sistema industrial e não o ‘chefe’ que deve ser
mudado?”. Outros marcos significativos foram o jornal diário Chicagoer Arbeiter Zeitung e a fundação, em 1884, da Central Labor Union (CLU), que chegou a 28 mil trabalhadores, somente em Chicago, em 1886.
No dia 1º de maio de 1886, as ruas de Chicago foram
tomadas pelo povo, em protestos e greves cujo objetivo central estava na
redução da jornada de trabalho. Chicago, na época, era o principal
centro de agitação política dos EUA e os anarquistas exerciam a maior
influência no movimento. De acordo com o relato de um jornal da época,
“não saía qualquer fumaça das altas chaminés das fábricas e dos
engenhos, e as coisas assumiam uma aparência de sabá (o sábado judeu)”.
Entre 80 e 90 mil pessoas saíram às ruas em apoio ao crescente movimento
somente na cidade de Chicago. Grandes manifestações com mais de 10 mil
pessoas também aconteceram em Nova York e Detroit. Aconteceram reuniões e
comícios em Louisville, Kentucky, Baltimore e Maryland. Estima-se que
por volta de meio milhão de pessoas tenha tomado parte nas manifestações
do Primeiro de Maio nos EUA. Estima-se também que por volta de 1200
fábricas entraram em greve em todo o país em apoio ao movimento.
A posição dos líderes capitalistas era claramente
refletida na imprensa da época que chamava os manifestantes de
“cafajestes, preguiçosos, e canalhas que buscavam criar desordens”.
Outro veículo da imprensa afirmava que “Esses brutos [os/as
operários/as] só compreendem a força, uma força que possam recordar
durante várias gerações”. Os capitalistas compravam armas de fogo para a
polícia local. Esses são apenas alguns exemplos da “rede de apoio” que
se formou entre patrões e a mídia, todos em defesa do Capital e da ordem
estabelecida.
No dia 03 de maio as manifestações e greves continuavam. August Spies, um tipógrafo anarquista e editor do periódico Arbeiter-Zeitung,
discursou para 6 mil trabalhadores e trabalhadoras. Ainda enquanto ele
falava, os fura-greves da fábrica Mc Cormick Harvester estavam saindo, e
parte dos manifestantes deslocou-se para a frente da fábrica, com o
objetivo de incomodar os fura-greves. Isso aconteceu pois o local em que
falava Spies ficava a um quarteirão da fábrica. Os manifestantes
desceram a rua e fizeram com que os fura-greves voltassem para dentro da
fábrica. Foi então que chegou a polícia. Eram aproximadamente 200
policiais que, ao reprimir os manifestantes, acabaram matando seis
pessoas (outras fontes dizem quatro ou sete), ferindo e prendendo muitas
outras. Spies, vendo o resultado brutal da repressão policial,
dirigiu-se ao escritório do Arbeiter-Zeitung e fez uma circular, convocando os trabalhadores e as trabalhadoras para outra manifestação no início da noite do dia seguinte.
O protesto do dia 04 de maio aconteceu na Praça
Haymarket, e nele discursaram, além de Spies, Albert Parsons, tipógrafo,
militante anarquista e companheiro de Lucy Parsons, e Samuel Fielden,
imigrante inglês, operário da indústria têxtil e também militante
anarquista. Os discursos pediam unidade e continuidade no movimento.
Havia aproximadamente 2500 pessoas no local, que até o momento faziam um
protesto pacífico, tão pacífico que o prefeito Carter Harrison,
presente no início dos discursos, afirmou que “nada do que acontecia
dava a impressão de haver necessidade de intervenção da polícia”. Já no
final da noite o mau tempo contribuía para que houvesse apenas cerca de
200 pessoas na praça. Com a ordem de dispersar a manifestação
imediatamente, um grupo de 180 policiais chegou ao local. Apesar de
Spies ter dito que os manifestantes eram pacíficos, a polícia iniciou o
processo de dispersar o ato. Foi nesse momento que uma bomba explodiu em
meio aos policiais, matando sete e ferindo aproximadamente 70, entre
policiais e manifestantes. A polícia imediatamente abriu fogo contra a
população, sendo responsável por incontáveis mortes. Alguns relatos
falam em 100 mortos e dezenas de presos e feridos. Ninguém nunca soube
se quem jogou a bomba foram os manifestantes ou a própria polícia, para
incriminar o movimento.
Em sua autobiografia, Spies diria algum tempo mais tarde que “o
anarquismo não era nem mesmo mencionado. Mas o anarquismo era bom o
suficiente para servir como um bode expiatório para Bonfield [chefe de
polícia de Chicago]. Esse demônio, com o objetivo de justificar seu
ataque assassino à reunião, disse: ‘eram anarquistas’. – ‘Anarquistas!
Oh, que horror!’ A estúpida massa imaginou que – anarquistas – deveria
ser alguma coisa muito ruim, e incorporou o refrão junto com seus
inimigos e espoliadores: ‘Crucifiquem-nos! Crucifiquem-nos!’”
O fato é que o acontecimento da bomba foi utilizado
como motivo para a perseguição de todo o movimento radical de
trabalhadores. A polícia invadiu casas e escritórios de suspeitos e
houve muitas prisões. Muitas pessoas que nem sabiam o que era anarquismo
ou socialismo foram presas e torturadas. Definitivamente, a polícia
primeiro atacava e prendia, para depois averiguar se havia alguma
“culpa” dos acusados.
A repressão e os Mártires de Chicago
O resultado desse processo foi a prisão temporária de
Rudolph Schnaubelt, acusado de jogar a bomba. Ele foi solto depois de
algum tempo sem acusações formais e há quem diga que ele era um agente
pago pelas autoridades para cometer o atentado. Com Schnaubelt solto, a
polícia prendeu Fielden e seis imigrantes anarquistas alemães: Spies,
Neebe, Adolph Fischer, tipógrafo, Louis Lingg, carpinteiro, George
Engel, tipógrafo e Michael Schwab, encadernador. A polícia também
procurava Albert Parsons, já que ele era um importante líder da IWPA em
Chicago, mas ele conseguiu se esconder e não ser capturado. Parsons
acabou depois se apresentando no dia do julgamento. Apesar de apenas
três deles terem estado presentes no dia da explosão da bomba, foram
todos incriminados e responsabilizados por esse motivo.
O julgamento teve início em 21 de junho de 1886 com
um júri nitidamente manipulado. Ele era composto de empresários, seus
funcionários e um parente de um dos policiais mortos. Não houve provas
apresentadas contra os anarquistas e nada que levasse a uma conexão
clara dos acusados com a explosão da bomba. Não houve, também, quaisquer
provas de que eles teriam incitado a violência ou algo do tipo em seus
discursos. No entanto, o resultado do julgamento foi um claro reflexo do
medo por parte da sociedade burguesa em relação aos operários
organizados e combativos. Numa deliberada tentativa de conter o
crescente movimento operário, sete dos acusados foram condenados à morte
em 19 de agosto. Neebe foi condenado a 15 anos de prisão. Apesar de
insistir não ser culpado, Neebe, em uma demonstração de solidariedade
aos seus companheiros, falou ao juiz que sentia não ser enforcado com os
outros. A punição aos anarquistas deveria servir como um exemplo à
sociedade, mostrando o que aconteceria àqueles que desafiassem o poder
das instituições do Estado e do Capital.
Spies pronunciou-se em sua última defesa falando sobre os enforcamentos: “Aqui
terão apagado uma faísca, mas lá e acolá, atrás e na frente de vocês,
em todas as partes, as chamas crescerão. É um fogo subterrâneo e vocês
não podem apagá-lo”. Importante também a defesa proferida por Albert Parsons: “A
propriedade das máquinas como privilégio de uns poucos é o que
combatemos, o monopólio das mesmas, eis aquilo contra o que lutamos. Nós
desejamos que todas as forças da natureza, que todas as forças sociais,
que essa força gigantesca, produto do trabalho e da inteligência das
gerações passadas, sejam postas à disposição do homem, submetidas ao
homem para sempre. Este, e não outro, é o objetivo do socialismo.”
Schwab e Fielden tiveram suas penas comutadas para
prisão perpétua, depois de uma grande campanha pela liberdade dos
acusados. Lingg suicidou-se na prisão um dia antes de ser enforcado. Em
11 de novembro de 1887 Spies, Parsons, Fischer e Engel foram enforcados,
e assim ficaram conhecidos como os Mártires de Chicago. Milhares de
pessoas tomaram parte na procissão dos funerais e a campanha pela
liberdade de Fielden, Schwab e Neebe continuou. Em 26 de junho de 1893 o
governador Altgeld libertou-os, alegando que eram inocentes do crime
pelo qual estavam sendo acusados.
O Primeiro de Maio se espalha pelo mundo
Em 1890 as manifestações de Primeiro de Maio se
generalizaram nos EUA e Europa, assim como no Chile, Peru e Cuba. O
movimento pela jornada diária de oito horas de trabalho ganhou tanto
apoio, que acabou fazendo com que o Primeiro de Maio fosse uma data
mundial de mobilização. Depois disso, generalizaram-se as manifestações
no Brasil, na Rússia e Irlanda, e tomaram o mundo de maneira crescente.
No Brasil, o Primeiro de Maio é comemorado desde 1894 e tornou-se um
feriado nacional por um decreto do ex-presidente Arthur Bernardes em
1925. A jornada diária de oito horas de trabalho foi incorporada na
legislação brasileira por Getúlio Vargas na década de 1930. Ainda em seu
governo, regulamentou o direito às férias e à aposentadoria,
promulgando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Essa atitude de
Getúlio, muito mais do que benevolência, refletia aceitação, por parte
do governo, às reivindicações que eram feitas pelo movimento operário
desde os anos 1910. Além disso, muitas indústrias já davam esses
benefícios a essa altura dos acontecimentos. Com a Constituição de 1988,
incorporou-se às leis brasileiras as férias remuneradas, o 13º salário,
a multa de 40% sobre o fundo de garantia em caso de demissão, licença
maternidade, entre outros “benefícios” conhecidos hoje por nós.
Atualmente, com a adoção das políticas neoliberais
por parte dos nossos últimos governos, e com as novas propostas de
“flexibilização” das relações de trabalho, estamos perdendo os direitos
que conquistamos depois de longas jornadas de mobilização e
reivindicação. Os trabalhadores e as trabalhadoras que ainda têm
carteira assinada podem considerar-se privilegiados/as, pois muitos/as
não têm mais registros formais. Não têm direito a férias remuneradas,
vale-transporte, multa em caso de demissão, 13º salário, entre outros
benefícios que um trabalhador registrado formalmente tem. Além disso,
ter um trabalho hoje, poder vender a sua força de trabalho e deixar-se
explorar pelos patrões, tornou-se um benefício. Há milhões pelo mundo
que nem isso conseguem. Podemos ver somente agora, quase 200 anos
depois, entrando em vigor um projeto de lei que garante para as
trabalhadoras domésticas a jornada máxima de 8 horas diárias, o
pagamento de horas extras, o direito de se organizarem em um sindicato e
todos os outros benefícios conquistados pelas lutas e mobilizações que
marcaram o Dia dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. E mesmo as
centrais sindicais, em sua maioria, transformaram-se em redutos
burocráticos e corruptos, com vistas apenas aos seus próprios
interesses. O povo é tratado com a política do pão-e-circo, que agora,
além de ser propagada pelo governo, tem a ajuda dos sindicatos com os
“Primeiros de Maio” de festas e sorteios. Definitivamente as políticas
institucionais mostraram-se ineficazes para conquistar, ou ao menos
garantir, os poucos direitos que os Estado ainda nos concede. Já é hora
de nos inspirarmos nos antigos militantes operários e, através da ação
direta de massas, reivindicarmos o direito a uma vida de liberdade e
igualdade.
Viva o Primeiro de Maio!
Viva o dia do Trabalhador e da Trabalhadora!
Viva o anarquismo e os movimentos populares!
Viva o dia do Trabalhador e da Trabalhadora!
Viva o anarquismo e os movimentos populares!
Bibliografia Consultada:
August Spies. Autobiography.
Jorge E. Silva. As Origens Trágicas e Esquecidas do Primeiro de Maio.
L. Gaylord. O Primeiro de Maio.
Lázaro Curvêlo Chaves. Primeiro de Maio – Dia Mundial do Trabalho.
Lilian Caramel. A Origem do Dia do Trabalho.
Michael Thomas. May Day in the USA: A Forgotten History.
Oscar Neebe. Autobiography.
Tom Moates. Reclaiming Our History. May Day & the Origins of International Workers Day.
W. T. Whitney, Jr. May Day and the Haymarket Martyrs.
Workers Solidarity Movement. The Anarchist Origins of May Day.
Jorge E. Silva. As Origens Trágicas e Esquecidas do Primeiro de Maio.
L. Gaylord. O Primeiro de Maio.
Lázaro Curvêlo Chaves. Primeiro de Maio – Dia Mundial do Trabalho.
Lilian Caramel. A Origem do Dia do Trabalho.
Michael Thomas. May Day in the USA: A Forgotten History.
Oscar Neebe. Autobiography.
Tom Moates. Reclaiming Our History. May Day & the Origins of International Workers Day.
W. T. Whitney, Jr. May Day and the Haymarket Martyrs.
Workers Solidarity Movement. The Anarchist Origins of May Day.
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