terça-feira, 22 de março de 2016

NOTA PÚBLICA DE APOIO À COLETIVA MARIPOSAS

 NOTA PÚBLICA

NOTA DE APOIO À COLETIVA MARIPOSAS

O Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA) vem nesse momento manifestar seu mais profundo respeito e concordância com a postura da Coletiva Feminista Mariposas ¹ em relação  ao episódio da filiação publica de Gladson  Reis  à UJS/PCdoB. 

É no mínimo contraditório que uma organização que diga defender a construção de um outro projeto de sociedade que tenha por base o enfrentamento  das opressões contra as mulheres como um dos pilares comemore publicamente a filiação de um indivíduo como Gladson Reis. 

É sabido que entre o discurso de Gladson Reis e sua prática cotidiana há um abismo de tal modo profundo que resultou em sua expulsão do Partido Comunista Revolucionário (PCR), como pode ser visto com maiores detalhes na nota publica  emitida pelo coletivo de mulheres Olga Benário ².
Consideramos legitimas as solicitações do Coletivo de Mulheres Olga Benário e reiteradas pela Coletiva Mariposas. A recente divulgação da filiação de Gladson Reis às fileiras da UJS/ PCdoB manifesta a inobservância das solicitações citadas acima e proporcionará que ele permaneça ativo nos espaços de construção política e social. Enquanto isso, as mulheres acabam, na maioria das vezes se ausentando destes espaços em razão dos fatos pregressos, da insegurança e da hostilidade manifestadas por esse tipo de atitude.

Realizar a análise de tal caso e remeter sua solução apenas ante as instituições do estado democrático de direito demonstra a mais completa insensibilidade à profundidade da opressão de gênero em nossa sociedade. Esta saída indica um punitivismo distante do mundo que queremos – ainda que por vezes a recorrência a ele seja uma necessidade, por que desconfia da palavra manifesta das mulheres atingidas, por que não vislumbra que o indicativo para uma transformação pessoal fora indicada mas, tristemente ignorada pelo referido homem.

Por fim, o COMPA permanecerá firme e em concordância com os princípios históricos e ideológicos do socialismo libertário, do qual a luta contra a opressão machista é um dos pilares inalienáveis. Traduziremos nossa ideologia na luta para que em quaisquer lugares onde estejam militantes de nosso coletivo, as mulheres, independente de sua vertente política, sejam respeitadas e que a única tensão aceitável seja aquela própria dos processos políticos, mas jamais de algum tipo de opressão. 

Arriba las que luchan!

¹ Link da nota da Coletiva Mariposas:
² Link da nota do Movimento Olga Benário:

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