Desde
seu início, a Copa do Mundo foi desastrosa para os setores oprimidos do
país. Sua elaboração já indicava a forte censura que sofreriam todos
aqueles e aquelas que estão no caminho contrário de suas ações. A Copa,
com suas leis e regimentos colocou em situação de risco os precários
direitos dos povos do Brasil. A lista de situações de opressões é
gigantesca e o desfecho de sua estadia aqui, deixa um “legado
assombroso” em termos de criminalização e perseguição política que
demonstra a verdadeira face do Estado e do capital.
Sabemos
que as críticas que foram feitas a este megaevento surgem com as
insatisfações da população em geral e certamente estas insatisfações
encontram abrigo maior no seio dos mais oprimidos. A violência contra a
pobreza, que já era prática constante dos governos e suas polícias se
intensifica neste período e as comunidades padecem nas mãos de uma
aparato repressivo e assassino, a população de rua se torna muito mais
vulnerável à agressões daqueles que “defendem a ordem”, os ambulantes,
os trabalhadores informais são atacados e roubados pela “fiscalização
Estatal” para que não possam macular as grandes patrocinadoras e as
grandes marcas, as 250 mil famílias que perderam suas casas por contras
das obras da Copa também estão sofrendo fortes consequências por parte
desta política desenvolvimentista.
É importante destacar que quem mais lucrou com a Copa do Mundo no Brasil foram as empreiteiras, já milionárias e a própria FIFA.
Estima-se que faturaram 26 Milhões de R$ somente dos cofres do governo
Federal, sendo a Odebrecht participante de quatro estádios.
Os empresários lucram, e os governos se beneficiam do “caixa 2” sempre
utilizado pelos partidos da ordem, como por exemplo na obra do Maracanã
onde o TCE constatou o superfaturamento de 67,3 milhões de reais. Sem
falar que tais estádios servem ao entretenimento somente a elite branca
do país, como demonstrado em pesquisa do Datafolha no dia do jogo do
Chile: 67% dos que frequentaram o jogo se declararam brancos e 90%
pertencentes a classe A, contrastando com uma população cuja 49% (9% dos
que assistiram o jogo) da população faz parte da classe C, e que tem em
sua população 56% de negros e pardos (autodeclarados). Tais dados não
deixam dúvidas sobre, para quem foram feitos tais jogos.
Os
movimentos populares que desde de 2013, desenham um novo cenário de
mobilizações no país sofreram uma crescente perseguição brutal que tenta
intimidar e levar até as ultimas consequências as estratégias de
criminalização dos anseios populares. As polícias receberam grandes
investimentos para melhor agredir a população indignada com as
injustiças sociais. A marca constante de todos os governos, desde o
início de 2014, no cenário das mobilizações e greves foi a intensa
repressão, fazendo das suas investigações e acusações um passo largo
para um Estado mais duro no âmbito jurídico e militar. Esse foi o caso
das prisões realizadas em Goiânia por um processo de investigação da
Policia Civil e em Fortaleza, assim como as prisões de manifestantes em
Joinville (SC), realizadas nas manifestações contra o aumento da
passagem, onde os detidos (alguns da Coordenação Anarquista Brasileira)
agora começam a responder judicialmente tendo que comparecer a diversas
audiências. Todo este sistema repressivo encontra o apoio das grandes
mídias, com seus monopólios espalhados pelo país, cujos pilares, são
importantes instrumentos para essa “caça as bruxas”. Ferramentas
potentes de criminalizar e deturpar as lutas que os movimentos sociais
fizeram.
Os
inquéritos que foram montados são provas cabais da vocação que a justiça
e os governos tem para acossar os militantes e seus movimentos
políticos. Todas as medidas utilizadas pelas polícias com o aval da
justiça são infames. Em 2013 a grande repressão que sofreu as ruas já
deixaria muita gente lesada de suas garantias de manifestações, assim
como, colocou na cadeia sem prova reais algumas pessoas. Neste ano, com o
início da Copa vários estados do país são violados com buscas e
apreensões e na última semana apresentam uma lista gigante de mandados
de “prisões temporárias” para o Rio de janeiro.
Dezenas
de militantes e ativistas são presos e levados para o presídio de Bangu,
onde estão detidos. Os argumentos para esta absurda ação são
profundamente ideológicos, onde os governos fazem utilização da
violência de Estado, como a velha e conhecida política por outros meios.
Uma operação que tem como objetivo a privação da liberdade de se
manifestar e opinar sobre as questões sociais no país. Uma operação
policial que mancha com resquícios de estado de exceção o momento que
vivemos. Não é novidade que as polícias apresentam como “provas” contra
os manifestantes as opções de classe dos mesmos, com apreensões absurdas
de materiais políticos como livros, cartilhas, bandeiras (como na
invasão da sede da FAG e nos atuais processos). Montam a partir desta
grande FARSA acusações como formação de quadrilha ou mesmo milícia
privada para atacar quem se manifesta contra as injustiças sociais
praticadas cotidianamente contra os setores mais oprimidos da sociedade.
As
medidas tomadas pela (in)justiça brasileira que acata e ordena as
prisões é vergonhosa e sabemos que não podemos esperar nada de diferente
vindo destas instituições; nossa tarefa é denunciar amplamente o
desmanche que esta ocorrendo com os precários direitos dos povos deste
país. A escalada de violência policial e a criminalização dos pobres
atinge diversos setores da luta sindical e popular, como a demissão de
41 Metroviários em SP e a multa de R$ 355 milhões contra seu Sindicato.
Some-se a isso, as recentes 169 demissões dos trabalhadores temporários
do IBGE, que estavam em greve e os inúmeros mandados de prisões emitidos
no Rio de Janeiro e São Paulo.
Esses
inúmeros casos que não param de crescer, nos exigem muita atenção e uma
forte campanha de solidariedade entre os setores da classe oprimida. No
contexto de prisões e perseguição a esquerda combativa e independente de
patrões e governos precisa atuar conjuntamente em denúncia sobre estas
tremendas violações.
Precisamos
cercar de solidariedade quem esta tendo sua liberdade privada, abrir
fortes campanhas para denunciar que hoje, o direito de manifestação e
organização que está sendo atacado com fortes golpes de cassetes, balas e
gás lacrimogêneo. Precisamos continuar construir alternativas e uma
estratégia de massas nesse momento de ataque das classes dominantes.
Para isso, é necessário empoderar organismos sindicais de base,
movimentos populares e movimentos rurais, independentes de patrões,
burocracias e governos.
Que as
milhares de pessoas agredidas e assassinadas pelo Estado não sejam
esquecidas, para que os grevistas não se sintam sozinhos, para que todos
os manifestantes e militantes não sejam mais criminalizados e para que
as prisões não fiquem impunes, colocamos nossa modesta, mas convicta
SOLIDARIEDADE DE CLASSE e nosso compromisso de denunciar ao mundo estas
aberrações cometidas pelos governantes do Brasil, hoje comandados pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que acomoda o interesse dos ricos com a forte repressão aos pobres e lutadores.
Continuaremos a luta companheiras e companheiros!
Pela liberdade imediata de todos os presos políticos!
Protestar não é crime!
Não Passarão!
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